A secura vaginal, chamada também de ressecamento vaginal, é provocada, principalmente, pela baixa da produção do estrogênio, hormônio sexual feminino, no organismo¹,². Sendo assim, quando essa alteração ocorre, a mulher passa a experimentar a falta de lubrificação na região da vagina.
De forma geral, essa alteração ocorre em mulheres que estejam passando por fases como pós-menopausa ou puerpério (período após o parto)¹. Outras situações que podem levar à secura vaginal são o uso de medicamentos ou a presença de infecções como a candidíase, por exemplo². Neste último caso, o ressecamento está mais associado à mudança da flora natural da cavidade da vagina do que a alterações hormonais, propriamente.
Secura vaginal e menopausa
Quando ocorre na fase marcada pela última menstruação da mulher, a secura vaginal é vista como sintoma de um problema conhecido como síndrome geniturinária pós-menopausa³. Nesses casos, a deficiência de estrogênio afeta a vagina, os lábios vaginais, a uretra e a bexiga.
Isso significa que a falta do hormônio provoca alterações morfológicas e secretoras da uretra, bexiga, vulva e vagina, além da redução do fluxo sanguíneo em todas essas áreas, deixando consequentemente a vagina sem lubrificação4. Entre os sintomas da síndrome geniturinária pós-menopausa, além da secura vaginal (falta de lubrificação), incluem-se queimação, irritação, coceira, urgência urinária e infecções do trato urinário³.
Ressecamento vaginal no pós-parto
Embora bastante desagradável, a boa notícia é que a falta de lubrificação da região vaginal pode ser considerada transitória nesses casos5. Ou seja, na medida em que a mulher volta a ovular, o que pode levar de dois a três meses após o parto, a produção de estrogênio tende a se normalizar, fazendo com que o ressecamento seja revertido5.
Vale saber que em mulheres que amamentam, os níveis de estrogênio costumam ser ainda menores. No entanto, principalmente nessa fase, é fundamental que haja uma conversa honesta com o ginecologista sobre o tema para que, juntos, profissional e paciente, encontrem opções para minimizar o problema sem que haja interferência na saúde da mulher e na do bebê5.
Lubrificação e uso de medicamentos
O uso de alguns medicamentos, principalmente os que inibem a produção de estrogênio, pode provocar o ressecamento vaginal. Isso é bastante comum em pacientes que passam por tratamento de câncer de mama, por exemplo6.
Nesses casos, é essencial que médico e paciente conversem sobre tais desconfortos e encontrem alternativas para manutenção de uma vida sexual com qualidade, sempre que possível, mesmo durante o tratamento. Além disso, algumas pílulas anticoncepcionais podem provocar o mesmo efeito.
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Como o ressecamento vaginal afeta a saúde feminina?
A secura vaginal ou ressecamento vaginal afeta, principalmente, a saúde sexual feminina. Isso porque, sem a devida lubrificação, a relação, principalmente com penetração, pode implicar em desconforto, dor ou até mesmo em sangramentos decorrentes de machucados causados pelo atrito com a mucosa vaginal¹.
No caso de mulheres que enfrentam ressecamento decorrente de síndrome geniturinária, dados reunidos por pesquisadores da Febrasgo[PDF-127kb] indicam que, entre as mulheres na fase pós-menopausa, 64% relatam perda de libido e 58% evitam qualquer intimidade sexual³.
Lidar com a secura vaginal é possível, saiba como!
As terapias mais comuns para lidar com a falta de lubrificação da região vaginal envolvem o uso de cremes à base de hormônios, hidratantes e/ou lubrificantes¹,³. Em geral, eles atuam melhorando a qualidade da mucosa e minimizando o ressecamento.
Os lubrificantes vaginais, utilizados durante as relações sexuais, têm o objetivo de facilitar a penetração e reduzir o atrito, e são mais indicados quando o objetivo é diminuir ou acabar com o desconforto durante a relação. Eles não são formas de tratamento e não têm capacidade de reverter as alterações na mucosa vaginal de modo mais efetivo7.
Em contrapartida, os hidratantes vaginais são produtos não hormonais com ação prolongada e, portanto, podem ser usados como tratamento de forma regular, de duas a três vezes na semana, com a finalidade de melhorar a lubrificação vaginal³. Em alguns casos, além das intervenções hormonais, é possível recorrer, ainda, a aplicação de laser de modo ambulatorial (a paciente aplica no hospital ou no consultório e é liberada para casa).
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Referências:
- FERRARESE, Rodrigo. MD. Visão Hospitalar. Ressecamento vaginal: o que é e quais os tipos de tratamento. Disponível em: https://revistavisaohospitalar.com.br/ressecamento-vaginal-o-que-e-e-quais-os-tipos-de-tratamento/ Acesso em 23 de junho de 2023
- Sociedade Brasileira de Clínica Médica. Ressecamento vaginal. Disponível em: https://www.sbcm.org.br/v2/index.php/boletim-da-sbcm/230-boletim-n-150-abr-mai-2018/3674-ressecamento-vaginal. Acessso em 23 de junho de 2023.
- VALADARES, A.L., KULAK Junior J et al. FEBRASGO. Síndrome geniturinária da menopausa. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/images/pec/vitamina-d/FPS—N3—Marco-2022—portugues.pdf[PDF-127kb] Acesso em 23 de junho de 2023.
- Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro. Síndrome Geniturinária da Menopausa. Disponível em: https://sgorj.org.br/noticias/sindrome-geniturinaria-da-menopausa/ Acesso em 23 de junho de 2023.
- PAVAN, Helga Oliveira. MD. Genesis Obstetrícia e Ginecologia. Ressecamento vaginal pós-parto, como lidar com isso. Disponível em: https://genesisobstetricia.com.br/ressecamento-vaginal-pos-parto-como-lidar-com-isso/ Acesso em 23 de junho de 2023.
- Instituto Vencer o Câncer. Dicas para evitar o ressecamento vaginal durante o tratamento. Disponível em: https://vencerocancer.org.br/dicas-para-evitar-o-ressecamento-vaginal-durante-o-tratamento/ Acesso em 23 de junho de 2023.
- EDWARDS, D. PANAY, N. Treating vulvovaginal atrophy/genitourinary syndrome of menopause: how important is vaginal lubricant and moisturizer composition? Climacteric. 2016;19(2):151-61. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26707589/ Acesso em 23 de junho de 2023.