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Publicado em: 19/09/2022

O que é baby blues e depressão pós-parto?

Publicado em: 19/09/2022

O que é baby blues e depressão pós-parto?

Baby Blues e Depressão Pós-Parto

Quando ficamos sabendo que uma mulher acaba de ter um filho, imaginamos que ela esteja radiante, em estado de total felicidade, certo? Isso porque nos acostumamos a associar a maternidade apenas a sentimentos positivos, às boas experiências, aos encantos, à realização de um sonho. Porém, hoje sabemos que “maternar” não se resume a isso.

O debate sobre essa romantização da maternidade tem ganhado espaço, e cada vez mais mulheres têm compartilhado relatos da sua experiência, muitos deles, contradizendo o suposto mar de rosas que seria a maternidade, especialmente no começo.

A começar pelas alterações hormonais pós-parto 1, que facilmente desencadeiam sensações de fragilidade, ansiedade, irritabilidade e até choros repentinos. Essa mudança brusca de humor é normal no puerpério – período que dura até 45 dias após o parto – e pode estar ligada também ao cansaço, à pressão de ser uma “supermãe” e à insegurança de ser responsável por uma vida2.

Tudo isso contribui para o surgimento de duas condições muito comuns, mas pouco discutidas ainda: a “Baby Blues” ou da mais conhecida depressão pós-parto, condições relacionadas, mas distintas entre si.  Vamos entender melhor as diferenças entre elas.

O que é Baby Blues e por que ela acontece?

O termo em  inglês “Baby Blues” está associado à tristeza e melancolia que a mãe sente após o bebê nascer 3 (PDF 4.6MB), podendo se manifestar logo no dia seguinte ao nascimento devido às alterações hormonais causadas pelo parto.

Sintomas do Baby Blues

  • Preocupação em excesso com o bebê;
  • Vontade constante de chorar;
  • Baixa autoestima;
  • Sensibilidade emocional exacerbada;
  • Bruscas mudanças de humor;
  • Dificuldade de concentração;
  • Ansiedade;
  • Alterações do sono;
  • Irritabilidade;
  • Indisposição;
  • Insegurança;
  • Impaciência.

O Baby Blues, também conhecido como tristeza puerperal, costuma durar de 10 a 15 dias e tende a desaparecer naturalmente 4, sem o auxílio de tratamento.

No entanto, é importante que a mulher descanse, tenha uma boa alimentação e receba apoio para compartilhar os próprios sentimentos 5,6, que podem parecer confusos durante o período.

E a depressão pós-parto?

A depressão pós-parto (DPP), por outro lado, é caracterizada por sintomas mais intensos, persistentes7 e, diferentemente do Baby Blues, permite apenas raríssimos momentos de felicidade na vida da mulher. A DPP acomete entre 10% e 20% das mães, pode começar ainda na gestação 6(por isso tem sido chamada de “depressão perinatal”), logo após o parto e até mesmo meses depois, e sua duração pode variar de uma mulher para outra.

O quadro é influenciado não somente por um histórico familiar ou próprio de depressão 8, mas também por uma gravidez indesejada, estresse, ausência do(a) companheiro(a) e vários outros problemas pessoais.

A relação com o bebê 5 também pode ser prejudicada, além de ser comum querer se afastar de outras pessoas e, em casos mais graves, tenha pensamentos suicidas.

Vale mencionar que a quantidade de gestações não afeta as chances de desenvolvimento da depressão pós-parto 8, ou seja, a condição não atinge apenas as mães de primeira viagem.

Sintomas da depressão pós-parto

  • Dificuldade de se envolver emocionalmente com o bebê;
  • Falta de higiene consigo e com o bebê;
  • Pensamentos relacionados a prejudicar a si mesma ou ao bebê;
  • Fadiga intensa;
  • Insônia ou excesso de sono;
  • Sentimentos de culpa e vergonha;
  • Ansiedade extrema;
  • Alterações no apetite;

Tratando a depressão pós-parto

É essencial que a família esteja atenta aos sinais da doença para intervir se necessário e evitar que a mãe se isole ainda mais com o bebê – ele também sente, podendo apresentar um temperamento irritado, chorar mais e ter problemas para se alimentar.

Sendo assim, o apoio emocional à mãe é uma condição essencial para sua melhora. Ela precisa entender que está tudo bem não se sentir 100% feliz com as mudanças que um nascimento traz, mas, se isso se agravar, um tratamento adequado deve ser iniciado o quanto antes com acompanhamento profissional, pois a Depressão Pós Parto tem cura, mas pode requerer sessões de psicoterapia e medicação 8, que depende do histórico psiquiátrico da mulher e do estágio em que está a amamentação.

Outra orientação comum é a entrada em grupos de suporte com outras mulheres que estejam passando pela mesma experiência. Lembre-se de que o apoio é essencial nesse momento.

O que pode ser feito para ajudar as mamães?

  • Não julgue suas atitudes
  • Esteja sempre disposto a ouvir o que ela tem a dizer
  • Contribua com as tarefas do dia a dia
  • Cuide do bebê para que ela possa descansar e cuidar dela mesma
  • Fique atento à evolução dos sintomas
  • Se achar que a mãe ou o bebê estão em risco, consulte um médico imediatamente

O Baby Blues e a Depressão pós-parto são condições complexas, especialmente a DPP. Por isso, o acompanhamento de um profissional, como um terapeuta perinatal ou psiquiatra deve ser considerado. Se você faz parte da rede de apoio, fique atento aos sinais e esteja sempre disposto a ouvir e oferecer o suporte necessário à mãe e ao bebê.


Referências

  1. RUSCHI, Gustavo Enrico Cabral; MATTAR, Rosiane; FILHO, Antônio Chambô; ZANDONADE, Eliana; DE LIMA, Valmir José. Aspectos epidemiológicos da depressão pós-parto em amostra brasileira.Rev Psiquiatr RS. 2007;29(3):274-280.
  2. Postpartum depression. https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/postpartum-depression/symptoms-causes/syc-20376617. (acesso em setembro/2022)
  3. Ministério da saúde. Secretaria de atenção à saúde. Departamento de ações programáticas estratégicas. Pré-natal e puerpério, atenção qualificada e humanizada.manual técnico. Brasília – DF, 2006. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pre_natal_puerperio_3ed.pdf (PDF 4.6MB) Acesso em 29 ago. 2022.
  4. Pediatria para famílias. Sociedade Brasileira de Pediatria. Depressão pós-parto. Departamento Científico de Aleitamento Materno. Disponível em https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/nutricao/depressao-pos-parto/ Acesso em 29 ago. 2022.
  5. Schmidt, eluisa bordin; piccoloto, neri maurício; müller, marisa campio. Depressão pós-parto: fatores de risco e repercussões no desenvolvimento infantil. Psico-usf, 2005; 10 (1): 61-68.
  6. Blog Saúde em Destaque, por Hospital Santa Clara. Qual a diferença entre baby blues e depressão pós-parto? Maio 14, 2021. Disponível em https://hospitalsantaclara.com.br/qual-a-diferenca-entre-baby-blues-e-depressao-pos-parto/ Acesso em 29 ago. 2022
  7. Blog amor à vida, por Hospital Anchieta. Depressão pós-parto: conheça as suas principais causas, sintomas e como se cuidar. 20 de junho de 2021. Disponível em https://www.hospitalanchieta.com.br/depressao-pos-parto-conheca-as-suas-principais-causas-sintomas-e-como-se-cuidar/ Acesso em 29 ago. 2022
  8. Secretaria de Estado de Saúde. Governo do Estado de Goiás. Depressão Pós-Parto. Publicado: 21 Novembro 2019. Última Atualização: 21 Novembro 2019. Disponível em https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7594-depress%C3%A3o-p%C3%B3s-parto Acesso 29 ago. 2022.

Material destinado ao público em geral. Setembro/2022 - BRZ2247848

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