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Publicado em: 18/09/2023

Artrose: quem tem pode praticar atividade física?

Publicado em: 18/09/2023

Artrose: quem tem pode praticar atividade física?

A artrose é uma doença degenerativa que pode ter o avanço retardado com a atividade física. Saiba como!

A artrose, ou osteoartrose,  é uma doença crônica, progressiva e degenerativa da articulação¹, sendo mais comum em mãos, joelhos, quadril e lombar. Apesar das dores que uma pessoa com artrose pode sentir, a prática de atividade física é recomendada a fim de promover fortalecimento dos músculos e evitar a progressão mais acelerada da doença². Vale ressaltar que a atividade física é indicada como pilar importante da promoção da saúde integral, contribuindo também na prevenção e tratamento de outras doenças, como diabetes, hipertensão, osteoporose e até alguns tipos de câncer³.

Diagnóstico e sintomas da artrose

Por tratar-se de uma doença degenerativa, a artrose costuma aparecer por volta dos 50 anos, aumentando sua incidência com o envelhecimento.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia, a osteoartrose é a doença reumática mais comum no Brasil, representando cerca de 30 a 40% das consultas em ambulatórios de reumatologia. No mundo, de acordo com informações da Organização Mundial de Saúde, 9,6% dos homens e 18% das mulheres com idade superior a 60 anos têm artrose sintomática. Os dados revelam ainda que o joelho é o órgão mais afetado e a artrose no joelho é a maior causa de dor e incapacidade de locomoção no mundo4.

Entre os sintomas, a osteoartrose se caracteriza por dor, inchaço, rigidez articular matinal, crepitação óssea (estalos) e atrofia muscular 5,6.

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o diagnóstico preciso e precoce é um aspecto fundamental para que a pessoa tenha mais qualidade de vida e previna o aumento da lesão, assim como a redução de mobilidade. Ao observar no mínimo quatro dos sintomas abaixo, por pelo menos seis semanas, é possível que haja diagnóstico de osteoartrose⁷.

  • rigidez nas articulações no período da manhã, com duração de pelo menos 1 hora
  • dor e inflamação em pelo menos três áreas articulares
  • dor e mobilidade reduzida nas articulações das mãos, punhos, articulação do meio dos dedos e entre os dedos e a mão
  • dor e inflamação simétrica (por exemplo, no punho esquerdo e no direito)
  • presença de nódulos reumatoides
  • presença de Fator Reumatoide no sangue
  • alterações radiográficas em mãos e punhos

O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos e de imagem, como radiografia e ressonância magnética.

Tratamento da artrose 

O tratamento da artrose deve ser multidisciplinar, uma vez que abordagens isoladas tendem a não ter o resultado esperado. Programas educativos e de conscientização, medicamentos, fisioterapia, acupuntura e atividades físicas são algumas das alternativas que podem ser combinadas8.

A abordagem com medicamentos vai variar de acordo com o estágio e gravidade da doença7. Embora a cartilagem perdida não possa ser reposta, uma vez que se trata de um processo natural de envelhecimento do organismo, os medicamentos ajudam no combate da dor e na melhora da condição geral do paciente.

Programas educativos e informativos sobre a doença, disponíveis na rede de atendimento à saúde, acompanhados de orientação médica, também têm efeito positivo no tratamento da doença8 . Entre as orientações estão esclarecer que embora seja uma doença degenerativa e aparece com o avançar da idade, não significa envelhecimento e incapacidade.

Vale ainda motivar e envolver o paciente no tratamento, de modo que ele seja aliado das terapias adotadas. Além disso, informar e orientar o paciente sobre sua rotina, como carregar peso, uso de rampas e escadas e ergonomia nas tarefas rotineiras. O envolvimento do paciente e a ampliação dos seus conhecimentos sobre o que está acontecendo com seu corpo também contribuem significativamente para melhora de sua motivação e saúde mental, o que também impacta diretamente em uma melhora no estado geral de saúde física.

A fisioterapia é outra abordagem bastante utilizada no tratamento da artrose. Com movimentos e exercícios direcionados, ela contribui para a recuperação física, resgate da mobilidade, diminui a incidência de dor e contribui para a melhor qualidade de vida9.

Artrose e atividade física: como escolher o que fazer?

Entre as opções de qual atividade física fazer, é sempre fundamental consultar o médico e a equipe multidisciplinar que está acompanhando o paciente diagnosticado com artrose. Atividades como musculação, pilates, ioga e exercícios aeróbicos, como caminhada, são as mais recomendadas.

Como dito anteriormente, a atividade física é recomendada no tratamento da artrose, portanto, a questão é decidir a abordagem, uma vez que os exercícios farão parte da conduta médica. Entre os fatores que impactam a escolha estão a extensão da doença, gravidade da inflamação, disponibilidade de tempo, força muscular, acesso do paciente às atividades propostas, e outros fatores pré-existentes como comorbidades, cirurgias, idade, peso e grau da dor10.

Estudos comprovam a eficácia de caminhadas e musculação na melhora da qualidade de vida do paciente com artrose10. No entanto, a atividade precisa ser direcionada, acompanhada e supervisionada por profissionais – médicos, terapeutas ou fisioterapeutas – que vão monitorar a execução, de modo que não haja lesão ou piora da condição do paciente.

Entre os resultados da prática de atividade física, é possível identificar melhora no grau da dor provocada pela artrose, maior mobilidade e retorno às atividades rotineiras, melhora da autoestima e da saúde mental do paciente, disposição e adesão ao tratamento1.

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Referências:

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  1. Matsudo VKR. Sedentarismo: como diagnosticar e combater a epidemia [Sedentarismo: as to diagnosis and to fight the epidemic]. Diagn Tratamento. 2005;10(2):109-10. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2009/v14n4/a146-151.pdf(PDF – 1.8mb)   Acesso em 28 de junho de 2023.
  1. Sociedade Brasileira de Reumatologia. Osteoartrose (Osteoartrite) Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Eloa-Yamada/(PDF-468kb) Acesso em 28 de junho de 2023.
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  1. Rejaili WA, Chueire AG, Cordeiro JA, Petean FC, Filho GC. Avaliação do uso do Hylano GF-20 no pós-operatório de artroscopia de joelho por artrose. Acta Ortop Bras. 2005;13(1):20-3. doi:10.1590/S1413-78522005000100005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/fm/a/wDHqKVpcRLRCrHVtmzJPQzd/ Acesso em 28 de junho de 2023.
  1. Sociedade Brasileira de Reumatologia. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/artrite-reumatoide-e-artrose-oesteoartrite/ Acesso em 28 de junho de 2023.
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  1. OLIVEIRA , A.C.; BRAGA, D. L. C. Perfil epidemiológico dos pacientes atendidos na clínica de ortopedia da Universidade Paulista. J Health Sci Inst.. V. 38, n.4, p. 356-8, 2010 Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Eloa-Yamada/(PDF-468kb) Acesso em 28 de junho de 2023.
  1. Marks R, Allegrante JP. Chronic osteoarthritis and adherence to exercise: a review of the literature. J Aging Phys Act. 2005;13(4):434-60. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2009/v14n4/a146-151.pdf(PDF – 3.7mb)  Acesso em 28 de junho de 2023.

Material destinado ao público geral. BRZ2285780 – Agosto/2023

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