Quem convive com repetidos episódios de crise alérgica respiratória sabe como isso afeta o bem-estar. Por isso, saiba como lidar com o problema

Uma crise alérgica respiratória pode atingir qualquer estrutura do sistema respiratório, indo do nariz até os brônquios (vias que levam o ar aos pulmões)¹. A asma e a rinite estão entre as principais causas desse tipo de problema, que tem como sintomas mais comuns^1,2:

• Crise de espirros.
•  
• Coceira no nariz, olhos e garganta.
• Entupimento nasal.
• Secreção nasal abundante.
•  Tosse

Se a crise é consequência da asma, é possível que surjam sintomas também como falta de ar, ruído durante a respiração, dor e sensação de aperto no peito¹. O tratamento dessas condições envolve¹:

• Identificação dos fatores que podem desencadear as crises.
• Controle adequado do ambiente para eliminar gatilhos que possam agravar o problema.
• Uso de determinados medicamentos.
• Tratamento imunoterápico.

Como asma e rinite estão associados às crises alérgicas respiratórias?

De forma resumida, alergias são processos gerados a partir da resposta exagerada do organismo diante de uma ameaça externa¹. Ou seja, diante desta ameaça, o organismo responde por meio da liberação da histamina, causando uma reação inflamatória que explica os sintomas de uma crise alérgica, como a vermelhidão, a coceira e as secreções².  Embora seja difícil determinar quais pessoas têm mais chance de ter problemas do tipo, acredita-se que haja um componente genético na forma como o corpo responde ao que vem do exterior^1,2.

Como já mencionado, asma e rinite são responsáveis pela maior parte das crises alérgicas e podem atingir pessoas de todas as idades. Em linhas gerais, ambos os problemas são caracterizados como doenças inflamatórias crônicas das vias áreas, com crises desencadeadas pela exposição a algum componente do ambiente responsável pela reação alérgica^1,2.

Além disso, de acordo com a  Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (asbai)^[PDF-477kb], 80% das pessoas com asma alérgica apresentam também rinite. No sentido oposto, a rinite é um fator de risco para desenvolver asma².

Rinite

A rinite alérgica é resultado da inflamação da mucosa nasal. Muitas vezes, ela apresenta sintomas confundidos com um resfriado³ (ou seja, coriza, coceira no nariz e espirros constantes). Não é raro que o problema seja tão leve que passe desapercepido³.  No mais, rinites não alérgicas podem se desenvolver a partir de infecções virais ou pela irritação provocada por determinados produtos químicos³.

Com a evolução do problema, o paciente pode ter dificuldade para dormir, sofrer prejuízos nas atividades do dia a dia e ter comprometimento na qualidade de vida³. Além disso, a pessoa com rinite pode desenvolver a sinusite, um processo inflamatório que atinge os seios da face, causando dor, sensação de pressão no rosto, febre e outros sintomas³.

Asma

A asma provocada pela alergia é o tipo mais comum. Ela também é chamada de bronquite asmática ou bronquite alérgica³. Embora possa se desenvolver em qualquer idade, geralmente começa na infância, com possíveis desdobramentos na vida adulta³.

Nos pacientes com asma, a exposição a um elemento que provoca a reação alérgica faz com que os brônquios (os “tubos” que levam o ar até o pulmão) se contraiam, dificultando a respiração³. Assim, o fluxo de ar é menor e provoca sintomas como a dor e a sensação de aperto no peito.

Outros tipos de asma podem envolver infecções virais ou bacterianas e componentes químicos, por exemplo. Vale ressaltar que, embora também atinja os brônquios, a chamada bronquite crônica é resultado da exposição prolongada a substâncias irritantes (como a fumaça de cigarro)³.

Quais são os gatilhos mais comuns para uma crise alérgica respiratória?

A resposta do organismo característica da alergia depende da exposição aos chamados alérgenos, que nada mais são do que as substâncias, itens, componentes ou situações que geram a crise. Em outras palavras, são os gatilhos para o problema. Entre os mais comuns estão^1,2,3:

• Poeira
• Ácaros
• Pólen
• Alterações climáticas (como o frio e o tempo seco do inverno)
• Saliva, urina e células da pele de animais domésticos
• Fumaças de diferentes origens
• Poluição

Como é feito o diagnóstico e o tratamento de uma crise alérgica respiratória?

O diagnóstico tanto da rinite quanto da asma responsável pelas crises alérgicas começa com a avaliação médica. Dessa forma, o profissional analisa os sintomas e tenta entender se os problemas relatados não são motivados por outras causas (como problemas anatômicos no aparelho respiratório, por exemplo)².

Além disso, durante essa avaliação inicial, ele pode verificar se os sintomas seguem algum padrão,  seja na duração, seja na forma que eles aparecem. Por fim, podem ser realizados alguns exames específicos para tentar identificar os gatilhos das crises alérgicas².

O tratamento do problema associado aos episódios de crise alérgica respiratória envolve o uso de determinados medicamentos e o controle adequado da higiene do ambiente, de modo a evitar a exposição aos gatilhos da alergia. Eventualmente, a imunoterapia específica para o problema pode ser indicada³. Esse recurso é uma espécie de vacina para a resposta exagerada que o alérgeno provoca no organismo⁴.

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Referências:

1. GALVÃO, Clóvis Eduardo Santos; CASTRO, Fábio F. Morato. As alergias respiratórias. Revista de Medicina, v. 84, n. 1, p. 18-24, 2005. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/59237> Acesso em 26 de junho de 2023.
2. Associação Brasileira de Alergia e Imunpatologia. A doença do século XXI: Alergia – Perguntas e Respostas. Disponível em: <http://www.sbai.org.br/imagebank/ALERGIA-PERGUNTAS-E-RESPOSTAS.pdf[PDF-477kb] > Acesso em 26 de junho de 2023.
3. Associação Brasileira de Alergia e Imunpatologia. Asma e rinite: respirando melhor. Disponível em: <https://asbai.org.br/wp-content/uploads/2015/12/EBOOK-ASBAI-Asma-e-Rinite-Junho-2022.pdf [PDF-2,19mb]>
4. Associação Brasileira de Alergia e Imunpatologia Imunoterapia com Alérgenos. Disponível em: <http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=298 >