Dentre os tipos de feridas que podem ser tratadas com colagenase, como feridas, escaras e fissuras da pele.
Vale reforçar que uma ferida na pele ocorre quando há perda de integridade do tecido2. Esse tipo de incidente ocorre tanto por causas externas (um trauma ou uma incisão cirúrgica) quanto por causas internas (geralmente relacionadas a doenças facilitadoras ou causadoras da ferida)2.
A partir disso, uma ferida pode ser classificada de acordo com o suporte necessário para a recuperação do paciente. Logo, feridas simples respondem com rapidez ao tratamento padrão.2 Enquanto isso, os ferimentos complexos não respondem ao tratamento adequado de acordo com a etiologia, por conta de complicações metabólicas ou fisiológicas, podendo então exigir atenção especializada.2
Logo, fatores como tempo para a reparação da ferida (cicatrização) e as complicações, bem como sua gravidade e extensão, etiologia e condições clínicas do paciente são fatores determinantes para a cronicidade e complexidade do quadro.2
Outra forma de classificar uma ferida é conforme seu início e sua evolução. Assim, os diferentes tipos de ferida podem ser classificados entre agudas e crônicas. Os tópicos abaixo descrevem exemplos dentro dessas duas categorias.
Feridas agudas
Feridas agudas são aquelas que ainda não progrediram através dos estágios de cicatrização da ferida.3 Além disso, normalmente, esse tipo de ferida surge devido a um trauma ou a uma incisão cirúrgica e tende a evoluir de forma ordenada e conforme o prazo esperado de acordo com a extensão do ferimento. 3
A prevenção de feridas agudas envolve a identificação dos fatores de risco que podem gerar a lesão e evitá-los. Exemplo disso são as feridas provocadas por acidentes automobilísticos, pelo uso de armas brancas e de fogo ou mesmo por queimaduras. 2
Feridas crônicas
As feridas crônicas, por sua vez, são todas aquelas que não evoluem conforme esperado dentro do período de recuperação, ficando estagnada em um dos estágios da cicatrização (geralmente no estágio inflamatório). 4
Nesses casos, a prevenção passa por identificar e controlar os fatores associados às enfermidades que geram a lesão. Desse modo, podem ser adotadas condutas para prevenir o desenvolvimento das feridas2.
· Úlcera venosa
As úlceras venosas (também chamadas de úlceras varicosas) são caracterizadas por feridas quase sempre na região da perna.5 A causa para esse problema está na dificuldade que o sangue tem para retornar das pernas ao coração. A prevenção desse tipo de úlcera envolve2:
- Terapias de compressão para reduzir os edemas.
- Prática regular de exercícios físicos.
- Cuidado com a hidratação da pele.
- Identificação de riscos de ulceração.
- Drenagem linfática, se necessário.
Em geral, o surgimento desse tipo de complicação é um estágio da evolução da chamada Insuficiência Venosa Crônica. Obesidade, varizes e falhas na bomba muscular da panturrilha aumentam ainda mais a chance desse tipo de problema5.
Antes do surgimento da ferida em si, o paciente pode perceber sinais como escurecimento da pele da perna (devido a edemas), infecções cutâneas5 e sensação de peso nos membros inferiores, acompanhados ou não de dor6. As feridas podem aparecer em decorrência ou não de traumas. Elas não costumam ser profundas, têm borda bem demarcada e base avermelhada, a menos que haja presença de tecido necrosado6.
· Lesões por pressão
As lesões por pressão também são chamadas de úlceras de pressão, úlceras de decúbito, escaras ou fissuras. Elas são formadas a partir do desenvolvimento de áreas de necrose devido à pressão constante em tecidos moles, combinadas com a fricção permanente e a presença de umidade7.
A falta de mobilidade é um fator de risco preponderante, seja no ambiente hospitalar, seja em instituições de permanência de longa duração ou mesmo em casa8. Assim, é preciso identificar os pacientes em risco para o problema, manter a pele limpa e hidratada e estabelecer rotinas de mudança da posição corporal2.
O manejo das lesões por pressão envolve o tratamento das lesões, o controle de infecções e de episódios de dor e a redução da pressão a qual a pele está sendo submetida.7
· Úlceras por diabetes
A úlcera diabética, também chamada de úlcera do pé diabético, é uma complicação frequente do diabetes mellitus.9 O problema impacta na morbimortalidade e nos custos do tratamento dessa condição crônica. Mesmo com a cicatrização bem-sucedida, a recorrência atinge 40% em um ano e 65% em até cinco anos.10 As chances maiores de desenvolver úlcera do pé diabético estão associadas a quadros de9:
- Perda de sensibilidade protetora (devido à neuropatia diabética).
- Doença arterial periférica.
- Deformidade nos pés.
- Episódios anteriores de ulceração.
- Amputação prévia de membros inferiores.
Portanto, a prevenção para a úlcera por diabetes envolve reforçar o controle da glicemia, conhecer os riscos associados ao problema, avaliar periodicamente a condição dos pés e adequar os calçados utilizados2. Uma vez que a condição se desenvolve, o manejo apropriado envolve o desbridamento e tratamento da ferida, controle da infecção, alívio da pressão sob os pés e controle dos demais parâmetros do diabetes11.
Seja qual for a causa, a partir da avaliação dos diferentes tipos de feridas é possível estabelecer os cuidados necessários com a borda, o leito e demais áreas adjacentes à lesão2. Embora feridas simples evoluam bem apenas com a troca adequada dos curativos, o auxílio especializado pode ser necessário para a prescrição de intervenções mais complexas diante de feridas crônicas, bem como a escolha do tratamento ideal para cada situação. Nesses casos, a atuação do enfermeiro estomaterapeuta é essencial2.
Para mais dicas do cuidado com feridas, acesse a página do Iruxol® Mono, que traz mais informações sobre o uso da colagenase na recuperação de diferentes tipos de lesões.
Referências
- Iruxol® Mono [Bula Profissional] São Paulo: Abbott. Disponível em: https://dam.abbott.com/pt-br/documents/pdfs/nossas-bulas/I/BU-06-IRUXOL-MONO-POM-DERM-Bula-Profissional-Final.pdf Acesso em 19 de junho de 2023.
- Associação Brasileira de Estomaterapia. Feridas. Disponível em: <https://sobest.com.br/feridas/>. Acesso em 19 de junho de 2023.
- ATTINGER, Christopher E. et al. Clinical approach to wounds: debridement and wound bed preparation including the use of dressings and wound-healing adjuvants. Plastic and reconstructive surgery, v. 117, n. 7S, p. 72S-109S, 2006.
- ATHER, S.; HARDING, K. G. Wound management and dressings. In: Advanced Textiles for Wound Care. Woodhead Publishing, 2009. p. 3-19.
- Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Úlcera Venosa. Disponível em: <https://sbacvsp.com.br/ulcera-venosa/>. Acesso em 19 de junho de 2023.
- Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Feridas crônicas. Aspectos clínicos da úlcera venosa. Disponível em: <http://eerp.usp.br/feridascronicas/recurso_educacional_uv_4.html>. Acesso em 19 de junho de 2023.
- Manual MSD. Lesões de pressão. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/les%C3%A3o-por-press%C3%A3o/les%C3%B5es-de-press%C3%A3o>. Acesso em 19 de junho de 2023.
- Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Feridas crônicas. Fatores de risco e avaliação do risco para lesão por pressão. Disponível em: <http://eerp.usp.br/feridascronicas/recurso_educacional_lp_2_1.html>. Acesso em 19 de junho de 2023b.
- Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes – EDIÇÃO 2023. Diagnóstico e prevenção de úlceras no pé diabético. Disponível em: <https://diretriz.diabetes.org.br/diagnostico-e-prevencao-de-ulceras-no-pe-diabetico-2/>. Acesso em 19 de junho de 2023.
- Armstrong DG, Boulton AJM, Bus SA. Diabetic Foot Ulcers and Their Recurrence. N Engl J Med. 2017 Jun 15;376(24):2367-2375.
- Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Feridas crônicas. Úlcera em pé diabético. Tratamento. Disponível em: <http://eerp.usp.br/feridascronicas/recurso_educacional_upd_8.html >. Acesso em 19 de junho de 2023.