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Publicado em: 05/09/2023

Escaras na pele: o que são e como tratar

Publicado em: 05/09/2023

Escaras na pele: o que são e como tratar

As escaras na pele, conhecidas também como úlceras por pressão, podem ocorrer principalmente em pacientes com dificuldade de mobilidade. Saiba mais sobre elas

As escaras, também chamadas de úlceras por pressão, são lesões em alguma parte do corpo que danificam a pele e os tecidos abaixo dela, como músculos e ossos¹. Elas se manifestam como manchas roxas na pele, bolhas ou escoriações que, após algum tempo, formam crostas, chamadas de escaras. Comumente, as escaras atingem áreas do corpo como: lombar, costas, braços, pernas, calcanhares, quadris, tornozelos, cóccix².

Vale saber ainda que as escaras se manifestam em diferentes níveis de gravidade¹:

  • Úlcera leve (estágio 1): ocorre quando a pele está apenas avermelhada;
  • Úlcera aberta leve (estágio 2): nesses casos, já existe uma erosão da pele, como bolha ou úlcera que, em geral, tem fundo rosado, avermelhado e úmido, mas que não atinge o tecido subcutâneo.
  • Úlcera com perda da espessura da pele (estágio 3): há exposição dos tecidos profundos. Nesses casos, o tecido adiposo (gorduroso) se torna visível e a úlcera tem um tecido de granulação.
  • Úlcera com exposição de tecidos profundos (estágio 4): quando isso ocorre, há perda total da espessura da pele, e estruturas como músculos, tendões, ligamentos e ossos ficam visíveis e pode haver necrose.

Como as escaras surgem?

Existem vários fatores que podem influenciar no aparecimento das escaras na pele. Entre eles estão idade, doenças pré-existentes e estado nutricional da pessoa3. As úlceras por pressão têm como fator de risco principal a restrição à cama ou cadeira e dificuldade ou impossibilidade de movimentação¹,4.  As escaras podem ocorrer, ainda, quando a pessoa está inconsciente ou incapaz de sentir dor4. Além disso, a umidade, que pode ocorrer em razão da presença de suor, urina e até mesmo fezes, contribui para o risco da formação de úlceras³.

Fisiologicamente falando, as escaras ocorrem quando a pressão sobre a pele compromete o fluxo sanguíneo em determinada área³,4. Normalmente, esse fluxo fica interrompido por cerca de duas a três horas4, segundo a Johns Hopkins Medicine. Essa falta de suprimento sanguíneo da região provoca a falta de oxigenação e nutrição dos tecidos da região, provocando a vermelhidão da pele, arroxeamento, e surgimento das lesões.

Como evitar os danos à pele e o surgimento de escaras?

Para evitar o surgimento de escaras, pessoas em condições de riscos devem sempre seguir as recomendações específicas dos médicos, enfermeiras e profissionais que as acompanhem. Algumas orientações são gerais e entre elas estão¹:

  • Examinar a pele pelo menos uma vez ao dia, observando a presença de áreas avermelhadas;
  • Evitar o excesso de pressão sobre as áreas do corpo, mudando sempre a posição;
  • Evitar a fricção da pessoa acamada (ou seja, arrastar a pessoa), assegurando que ela seja levantada para mudança de posição;
  • Não massagear partes ósseas, nas quais os ossos se sobressaem;
  • Levantar-se, em casos em que isso é possível.

Se as feridas estiverem presentes, é possível tratá-las?

Embora os cuidados preventivos possam evitar o surgimento de lesões na pele, ou até mesmo impedir que elas atinjam estágios mais graves, em algumas situações o aparecimento de feridas pode ocorrer. Nesses casos, é fundamental que a pessoa receba sempre o tratamento médico adequado. São sinais de alerta para buscar ajuda profissional imediata: febre, infecção da pele, secreção com pus, ferida que cheira mal, calor ou inchaço ao redor da lesão²,5.

Uma vez que as feridas são identificadas, poderão ser tratadas conforme o estágio atingido. O tratamento pode envolver melhora da hidratação da pele, intervenções no estado nutricional do paciente, garantia do posicionamento adequado, limpeza e colocação de curativos, desbridamento da ferida, com uso de colagenase, uso de antibióticos e, eventualmente, intervenções cirúrgicas².

Complicações comuns provocadas por escaras na pele

As complicações mais comuns quando as lesões na pele não recebem o tratamento adequado e se agravam são as infecções bacterianas². Além disso, alguns pacientes podem apresentar tecido ósseo em tecidos moles, chamada de calcificação heterotópica ocasional5.

Para além das complicações físicas, é necessário ainda estar alerta ao estado emocional do paciente, que pode ser prejudicado tanto em razão das próprias feridas quanto da dor. Nesses casos, é importante que a equipe médica saiba quando fazer uso de medicamentos não opioides, para casos de menor gravidade, quanto de opioides, em situações em que as feridas e as dores se agravem5.

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REFERÊNCIAS:

  1. CALIRI, Maria Helena Larcher. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. USP. Guia para prevenção de úlcera por pressão ou escara. Disponível em: http://www2.eerp.usp.br/site/grupos/feridascronicas/images/images/manual_guia_prevencao_pressao_ou_escara.pdf (PDF-1,85mb) Acesso em 22 de junho de 2023.
  1. Mayo Clinic. Bedsore (pressure ulcers). Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/bed-sores/symptoms-causes/syc-20355893 Acesso em 23 de junho de 2023.
  2. CAMPOS, Renata. MD Saúde. O que é lesão por pressão (escaras de decúbito). Disponível em: https://www.mdsaude.com/dermatologia/escaras/ Acesso em 22 de junho de 2023.
  1. Johns Hopkins Medicine. Bedsores. Disponível em: https://www.hopkinsmedicine.org/health/conditions-and-diseases/bedsores Acesso em 22 de junho de 2023.
  1. Sanar Med. Escaras: o que são, causas e como devem ser tratadas. Disponível em: https://www.sanarmed.com/escaras-o-que-sao-como-manejar-posderm Acesso em 22 de junho.

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